quarta-feira, 24 de julho de 2013

O uso do sal - Uma história muito antiga



O sal já era usado na antiga Babilônia, no Egito, na China e no continente americano, muito antes da chegado dos europeus. Na antiguidade, só as populações costeiras tinham acesso ao sal retirado da água do mar. Raro e precioso, o sal era vendido a peso de ouro e chegou a ser usado como dinheiro. Na Roma antiga, era costume pagar em sal parte da remuneração dos soldados, o que deu origem à palavra salário.
Muito antes da invenção do refrigerador, o sal ajudava a conservar os alimentos, principalmente as carnes.


 Durante o período das Grandes Navegações, o sal ganhou ainda mais importância. Salgando a carne e o pescado, era possível conservar esses alimentos nas longas viagens por mar.
Um dos primeiros registros sobre as salinas naturais da costa brasileira é o relato do português Pero Coelho, em 1627. Derrotado por piratas franceses na Sera de Ibiapaba, no Ceará, o capitão Pero Coelho recuou para o litoral e encontrou - na região do atual município de Areia Branca - extensões de sal suficientes para abarrotar muitos navios.
Em 1641, o holandês Gedeão Morritz chegou às mesmas salinas. A partir daí, os holandeses, que até então importavam sal, trazidos pelos navios da Companhia das Índias Ocidentais, iniciaram a extração local.


No século XVII, o litoral da capitania do Ceará reunia condições muito favoráveis para a extração do sal marinho: pouca chuva durante seis meses do ano, sol fortes e ventos constantes. Só que o rei de Portugal não permitia a produção e comercialização do sal na colônia. Era das salinas da Europa que vinha todo o sal consumido aqui. Assim, apesar de o sal  surgir quase naturalmente sobre a areia das praias, as pessoas eram obrigadas a  comprar sal de Portugal. Era o monopólio do sal.
O Ceará já foi o segundo maior produtor de sal do Brasil, superado apenas pelo vizinho Rio Grande do Norte. Nos bons tempos o Ceará vendia para o país e para o exterior cerca de 100 mil toneladas de sal. Todo ano esse volume garantia trabalho e sustento para muitas famílias. Com a entrada de grandes empresas estrangeiras, as pequenas salinas acabaram desaparecendo e hoje resta menos de uma dezena delas.

Fonte: História do Ceará - Renata Paiva

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