quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Rua Estudante João Nogueira Jucá - Conheça essa emocionante história de vida

 

RUA ESTUDANTE JOÃO NOGUEIRA JUCÁ, situada no bairro HERVAL, antiga rua Marquês de Herval. Tem o seu início na rua Francisco Brasileiro, na praça José Linhares da Páscoa, próximo a Catedral, seguindo em direção sul-norte até a extrema do sítio Herval. A denominação foi estabelecida pela lei Nº 227, de 8.12.1959, registrada no livro Nº 3 da Câmara Municipal, sancionada pelo prefeito Eiézer Forte Magalhães.
JOÃO NOGUEIRA JUCÁ – Nasceu em 24 de novembro de 1941, em Fortaleza, na antiga Casa de Saúde São Raimundo, filho de José Jucá Filho e Maria Nogueira de Menezes Jucá (Neném). Avós paternos: José Leocádio de Menezes e Maria Brasilina de Menezes. Avós maternos: João Nogueira de Menezes e Jovina Ribeiro de Menezes. Batizou-se em 28.12.1941, na Igreja do Carmo, pelo padre Pedro Koning, sendo padrinhos: Bento Alves de Sousa e Maria de Lourdes Vidal Alves. Fez a primeira comunhão em 12.11.1950, no Santuário de Adoração Perpétua. Passou sua primeira infância na cidade de Itapagé, onde seu pai era Juiz de Direito e sua mãe professora no grupo escolar local. Em 1946 foi para Lavras da Mangabeira, ali, iniciou o curso primário no Grupo Escolar José Martins Rodrigues. Em 1948, mudou-se para Fortaleza, onde seu pai foi exercer as funções de Corregedor Geral da Justiça.

Na Capital cearense foi estudar no Grupo Escola Fênix Caixeiral, depois no Colégio Sete de Setembro. Concluído o primário em 1954, matriculou-se no Colégio Cearense do Sagrado Coração de Jesus, ali terminando o ginasial em 1957. Como pretendia ingressar na Marinha de Guerra do Brasil, passou a praticar natação, pois entendia ser uma prática necessária naquela corporação militar. Submeteu-se a um exame de admissão ao Colégio Naval, mas não obteve aprovação. Cursando o científico (2º grau), estudou no Colégio São José, Rui Barbosa e São João.

No livro, “Herói e Mártir”, escrito por seu irmão Dr. José Jucá Neto, professor da Faculdade de Direito Federal do Ceará, há a seguinte referência biográfica de João Nogueira Jucá: “... sempre foi bom e solícito para com seus pais e irmãos. Amigo leal, era prestativo e afável com todos. Cultivava o sentimento de solidariedade, principalmente com a sua família, dedicando sincera amizade a todos os parentes.”

Certa vez, chegou, em casa, constrangido por ter visto um sexagenário morto, após ter caído dentro de uma cacimba. Seu genitor, o vendo triste pela ocorrência, perguntou: Se você estivesse presente no momento em que o velho caiu na cacimba, o que faria? - Eu entraria na cacimba e tentaria salvar o velhinho.

Seu pai, jamais poderia imaginar que, poucos dias depois, confirmando o seu desejo de servir aos outros, seu filho se envolveria na nobre e arriscada empreitada tentando salvar dezenas de vidas, ameaçadas de serem devoradas pelas chamas do pavoroso incêndio, na Casa de Saúde César Cals, ocorrido no dia 4 de agosto de 1959.

Naquele dia, às 16 horas, ao passar diante daquele nosocômio, ouviu um grande estrondo, seguido de pedidos de socorro. Apesar de advertido por um amigo do perigo, não se conteve e adentrou no prédio em chamas. Com coragem e desprendimento, iniciou o trabalho de salvamento de pessoas que ali se encontravam homens, mulheres, crianças recém-nascidas, funcionários, visitantes, pessoas hospitalizadas, inclusive parturientes.

Como os bombeiros não haviam ainda chegado, quando tentava tirar do almoxarifado, a pedido de uma religiosa aflita, tubos contendo álcool, éter e oxigênio, houve nova explosão, que atingiu João Nogueira. Testemunhas oculares afirmaram que o herói estudante, mesmo atingido pela explosão, continuou socorrendo vítimas e a retirar recém-nascidos, entregando-os às aflitas genitoras.

Quando não mais resistiu, sentou-se numa maca e ficou esperando socorro. Foi transportado para a Assistência Municipal, sendo, imediatamente, atendido na unidade de queimados. O nobre e corajoso gesto de João Nogueira emocionou a cidade inteira. O noticiário radiofônico e os jornais destacaram a postura digna de mais um herói cearense. O Correio do Ceará de 07.08.1959, publicou: “um rapazinho, ainda na menoridade, comportou-se com desassombro, num drama que não era parte e que só participou por força de um impulso generoso”.

O herói foi transportado para o nosocômio, onde praticara seu meritório gesto de solidariedade. Ali recebeu a visita do Governador do Estado, Dr. Parsifal Barroso, que disse: - Eu vim, em nome do povo cearense, agradecer-lhe o nobre gesto, que praticou.

Às cinco horas e vinte minutos do dia 11 de agosto de 1959, Dia do Estudante, faleceu João Nogueira Jucá. Fechou os olhos para o mundo um jovem de 17 anos, que deu exemplo de bravura, dignidade, sacrifício e prova de solidariedade, trocando a sua juventude pela vida de muitos, que teriam também morrido, se não fora o seu ato heróico de desvelo e coragem.

O seu busto foi erguido na Praça da Lagoinha, nas imediações do local do acidente. Por decreto do Governo do Estado, foi considerado “Bombeiro Voluntário do Ceará”, primeiro agraciado com esta comenda.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita, indique aos amigos.