quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Rua Juvêncio Alves de Oliveira - História



RUA JUVÊNCIO ALVES DE OLIVEIRA – Centro. Tem início no fim da Clarindo de Queiroz, no início da Rua Luzia de Pinho, antiga Rua das Pedrinhas, segue em direção norte-sul até a linha férrea. No bairro Baviera, continua em direção leste, até encontrar o asfalto da Estrada CE 13 (do Algodão), contorno da cidade. Denominada através da lei Nº 900, de 13.09.1977, registrada no livro Nº 8 da Câmara Municipal, proposição do vereador José Lopes Dantas e sancionada pelo prefeito, Renato de Araújo Carneiro.
JUVÊNCIO ALVES DE OLIVEIRA – Nasceu na cidade de Jaguaruana, antiga União, em 27.10.1876, filho de Manoel Alves de Oliveira e Joana Alves Nogueira. De origem pobre e como onde morava não oferecia condições de trabalho fora das atividades campesinas, resolver ir à procura de melhores condições de vida em Fortaleza.
Ainda jovem, na capital cearense, conseguiu trabalhar numa fábrica de tecidos do Governador do Estado, Sr. José Pinto Nogueira Acioly. Em 1910, já casado e com dois filhos, acometido de grave doença respiratória, seu patrão o aconselhou transferir-se para Quixadá, pois o clima da Serra do Estevão ajudaria na sua cura.
Em 1911, Juvêncio Alves, totalmente restabelecido em comum acordo com sua esposa, Maria Luíza, resolveram permanecer em Quixadá, atraído pela acolhida fraterna dos quixadaenses e feliz por ter recuperado a saúde, readquirindo condições de trabalho.
Conhecendo a arte de tecer e disposto a fixar-se definitivamente em Quixadá, iniciou uma pequena fábrica de confecção artesanal de redes de dormir, empreendimento pioneiro na região. Em poucos anos, graças ao dinamismo e visão administrativa de Juvêncio Alves, a fábrica de Redes São Luís exportava “Redes Quixadá” para todo o Nordeste.
Através da dignidade do trabalho, de sua conduta ímpar e do desejo de trabalhar pelo engrandecimento de sua Quixadá, conquistou a confiança de todas as camadas sociais da cidade, dando importante contribuição para o desenvolvimento Social, Político, Artístico e Econômico da terra dos monólitos.
Em 23.01.1915, premiando a sua conduta ilibada, recebeu do Ministro dos Negócios da Fazenda, em nome do Presidente da República, Dr. Venceslau Braz Pereira Gomes, a nomeação para o cargo de Coletor das Rendas Federais, função que ocupou até 04.03.1936.
Deu sua colaboração para o desenvolvimento das artes em Quixadá, quando em 1916, com o incentivo do Cônego Lúcio, instalou o “Cine Teatro Brasil”, onde eram exibidas peças teatrais e obras do cinema da época. Sofreu, amargamente, a morte de sua esposa, Maria Luíza, vítima de tuberculose, doença incurável na época, deixando na orfandade cinco filhos: Francisca, Ana, Maria Luíza, Rita e Luiz
Em 1927, contraiu o segundo matrimônio com a jovem professora, Maria Morais de Oliveira, de cujo consórcio nasceram dez filhos: Juvêncio Filho, Edgardo, Maria Eliane, Ednardo, Maria Elianise, Eduardo, Maria de Fátima, Francisco Edvardo, José Everardo e Maria Elizete.
De espírito empreendedor, Juvêncio Alves, com apoio de seu cunhado, José Alves Morais, e do tipógrafo, João Câmara, adquiriu, em 1927, a oficina gráfica do jornal, “O Sitiá”, ao diretor-proprietário daquele semanário, Dr. Eusébio de Sousa, instalando a “Tipografia, Livraria e Papelaria Quixadaense”.
Além de Coletor Federal e empresário, Juvêncio Alves foi presidente da Câmara Municipal, da Associação Comercial e Rotary Club, entidades que prestaram inestimáveis serviços a Quixadá, sob sua direção. Em 30.01.1931, quando presidente da Associação Comercial, demonstrando interesse por iniciativas que fossem em prol do bem-estar de nossa gente, apoiou a proposição de José Caetano de Almeida e dirigiu telegrama ao Ministro de Viação e Obras Públicas, Juarez Távora, solicitando a restauração da linha de bonde que fazia o trajeto Cedro –Quixadá – Cedro, desativada em 1930. Da mesma forma, agiu em 20 de março daquele ano, quando solicitou, ao IFOCS (atual DNOCS), a execução do projeto de Dr. Piquet Carneiro do desvio das águas do Pirabibu para o Cedro.
Explorou atividades agropecuárias, destacou-se como criador de bovinos de alta linhagem produtora de leite. Foi um dos introdutores da raça “Schwitz” na região, tendo animais premiados na primeira exposição pecuária de Quixadá.
Em 1960, quando se mudou para Fortaleza, chorava ao falar de Quixadá e relembrar as saudosas serestas que fez nas ruas da bucólica cidade, onde deixou marcas dos melhores dias de sua vida. Faleceu na Capital Cearense em 1966, deixando, na sua caminhada, o rastro luminoso da probidade e entre seus parentes e amigos uma imorredoura saudade.

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