sábado, 29 de março de 2014

Hospital de Quixadá acumula problemas na atenção médica

Falta de medicamentos e aumento da demanda são alguns dos problemas enfrentados pelo Eudásio Barroso

Os problemas enfrentados pelos usuários ocorrem desde a gestão passada
FOTO: ALEX PIMENTEL
Quixadá. Considerada a maior cidade da região Centro do Estado, Quixadá está enfrentando a sua pior crise na área de saúde pública. O clima está tenso no Hospital Municipal Eudásio Barroso. Alguns enfermeiros e auxiliares começaram a se desesperar em razão das dificuldades em atender a população. Houve até registro de brigas de médicos com os pacientes e seus familiares nos plantões.
A falta de medicamentos agrava ainda mais a situação no centro de assistência à saúde. Os reflexos também são sentidos nos postos de saúde e até na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), inaugurada na cidade no fim de fevereiro. As reclamações são cada vez mais frequentes e com elas o acirramento político se acentuou no município.
Conforme a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Quixadá, Ibaretama, Banabuiú, Choró e Ibicuitinga (Sindsep), Neiva Esteves, os profissionais da saúde confirmam a precariedade dos serviços, principalmente no hospital público. Na avaliação dela a situação é de calamidade pública. A líder sindical aponta inclusive para a necessidade de interferência federal. Além do mau gerenciamento da pasta, sem planejamento, com a mudança constante de secretários, o município não repassa recursos financeiros adicionais para sanar o problema, apontou.
Ato
O colapso na assistência hospitalar municipal levou os profissionais da saúde a se organizarem juntamente com o Sindsep em busca de solução. Um ato público será realizado na próxima quarta-feira, 2 de abril. Irão discutir quais alternativas legais poderão adotar. Parte deles pensa em fechar as unidades básicas de saúde. A crise já vem ocorrendo desde a administração municipal anterior. Todavia, já se passaram mais de 15 meses e o atual gestor não consegue soluciona-la. A pasta da Saúde já está no seu quarto titular. A nova secretária assumiu há 19 dias e já recebe críticas, completa a líder sindical.
A diretora geral do Hospital Eudásio Barroso, Ana Silvia Alencar, confirmou um incidente entre um médico e um paciente e dificuldades na prestação dos serviços, principalmente a falta de medicamentos. O médico foi dispensado. Quanto aos medicamentos, atribui o problema a dificuldades enfrentadas na licitação do Município. Há cerca de 90 dias, enviou uma relação das prioridades, todavia, ainda não foi atendida. Mesmo assim, assegurou haver esforço de sua equipe para dar assistência à população. Ela mesma já procurou amigos para doarem alguns produtos, confessou.
Na última quinta-feira, uma comissão especial da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa) visitou o Hospital Eudásio Barroso. Os representantes do Governo do Estado conheceram a realidade local, conversaram com os servidores e avaliaram a situação realmente como crítica. A Sesa tem interesse em auxiliar o Município. O próprio secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes, autorizou o repasse mensal de R$ 78 mil, todavia há necessidade de atender alguns critérios, dentre eles a quantidade de 50 leitos na unidade hospitalar. Atualmente, existem 37.
O posto especial foi planejado para atender no máximo 70 pacientes por dia, todavia, a média está sendo de 250. Além da superlotação a demanda excedente provocou a falta temporária de medicamentos. "Alguns se revoltaram no feriado de 25 de março, iniciaram um tumulto e fomos obrigados a solicitar intervenção policial", acrescentou.
A secretária municipal da Saúde, Nerilene Nery, informou já estar adotando as providencias necessárias para aquisição dos medicamentos e dos equipamentos médicos para o Hospital Eudásio Barroso e para o município. A licitação deverá ser realizada no início da próxima semana. Sua Secretaria também está firmando um pacto de cooperação técnica com o Governo do Estado para normalizar os atendimentos em toda a rede de Saúde do Município, incluindo a UPA e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Mais informações:
Secretaria de Saúde de Quixadá
Rua Professor Júlio Holanda, 105 Alto São Francisco
Sertão Central
Telefone: (88) 3412.6210
Alex Pimentel
Colaborador

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