sábado, 8 de março de 2014

Reserva das Dunas de São Jacinto, um santuário natural com 35 anos





É considerado um dos melhores exemplos de preservação da natureza e biodiversidade costeira, uma espécie de santuário natural que acolhe uma enorme variedade de espécies animais e vegetais. A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto abrange uma área aproximada de 960 hectares e está localizada na península que se estende entre o braço norte do rio de Aveiro e o mar. Esta semana, esta área protegida, que tem servido também de laboratório vivo, completa o seu 35.º aniversário - a data formal de classificação desta reserva remonta a 6 de Março de 1979.
A aposta de proteger esta área natural ficou a dever-se à tomada de consciência de que “as formações dunares são zonas muito sensíveis” e deveras importantes na defesa contra a intensidade dos ventos, das areias e dos avanços do mar - salvaguardando a vida das populações. Segundo explicou Angelina Barbosa, técnica do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que está responsável pela gestão da reserva, na época, “também pesou na classificação o fato de São Jacinto albergar a colonia de garças mais setentrional do país”.
“Estamos numa zona úmida, importante para as aves migratórias e era importante criar uma área protegida que permitisse que as aves encontrassem refúgio”, justificou ainda Angelina Barbosa. Passados 35 anos, não restam quaisquer dúvidas de que o objectivo foi cumprido. “À medida que vamos protegendo as áreas, outras espécies de vegetação vão encontrando luz e crescendo, e isso também faz com que outro tipo de aves apareçam por aqui”, argumenta.
Garças, mergulhões, patos-reais ou andorinha-do-mar-comum são apenas algumas das espécies de aves facilmente observáveis na reserva, onde também é possível encontrar alguns mamíferos, como a raposa e a geneta. Ao nível da vegetação, a variedade de espécies também é grande, até porque esta área protegida é feita de uma zona de dunas (e na qual proliferam espécies espontâneas como o estorno, cardo-marítimo e narciso-das-areias) e outra de floresta (com pinheiro-bravo, choupo-negro, amieiro, samouco, entre outras).
Há uma espécie vegetal, em particular, que assume lugar de destaque, e pelos piores motivos: a acácia. Trata-se de uma espécie invasora que começou a proliferar na reserva depois do grande incêndio de 1995, que ainda está na memória de muitas pessoas - as chamas alastraram-se ao longo de vários hectares da área protegida e deixaram marcas que ainda não foram totalmente apagadas.
Reserva contribui para a economia local
Passados estes 35 anos após a classificação, já não restam dúvidas quanto à importância da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, nomeadamente para a freguesia onde está implementada – e que está separada do resto município de Aveiro pela água do rio. “Traz muitos visitantes à freguesia, pessoas que acabam por consumir aqui, dinamizando a economia de São Jacinto”.
“Tem havido um grande desprezo e a reserva já viveu dias melhores”, lamenta. “Sei que as pessoas que lá trabalham fazem tudo o que podem, mas, com os cortes orçamentais, a reserva começa a ficar posta de lado”, explicou, dando alguns exemplos: “o centro de acolhimento da reserva está encerrado, por falta de condições, e há trilhas que começam a estar mal sinalizadas”. A manter-se este cenário, António Costeira teme que “as pessoas comecem a deixar de sentir vontade de visitar a reserva”.
  • Fonte:http://www.publico.pt/local/noticia/reserva-das-dunas-de-sao-jacinto-um-santuario-natural-com-35-anos-1627134

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