PRECONCEITO
Bruna Borges Costa
Sabe uma das coisas que me deixa frustrada? Preconceito. Eu
sou totalmente contra todo tipo de preconceito, seja ele racial, étnico ou até
mesmo o preconceito em relação ao estilo de que uma pessoa gosta. Este último é
o mais comum, porque ninguém combate.
Eu e minha mãe estivemos conversando há poucos
instantes sobre o meu estilo. Eu escuto Rock dos pesados e a minha cor favorita
é preto. Minha mãe me disse que geralmente pessoas com esse gosto são rotuladas
como quem não tem nada na cabeça.
“Ah! Não! Lá vem esses malditos rótulos de novo”, eu
pensei. Rotular uma pessoa pelo que ela veste ou pelo que ela gosta, não
é tão diferente de rotular alguém por classe social, cor ou religião. E
continua sendo um preconceito. Veja bem, um preconceito que você tem, julgando
alguém pelo que supõe que ele é baseado em coisas que nem sempre tem a ver. A
única diferença é que ninguém é preso por esse tipo em julgamento.
Eu gosto do meu estilo. Não
pretendo mudar, mesmo que as pessoas não gostem ou me julguem por eu ser como
sou. Gosto de ser eu mesma. Acho que se você se sente bem com uma coisa, para
que mudar?
Uma vez Bob Marley pronunciou uma frase
que tenho orgulho de repetir: “Preocupe-se com sua consciência, ela é o que
você é, e não com o que as pessoas falam, pois isso é o que elas pensam de
você.”
Minha mãe argumentou dizendo que, como
nós, seres humanos vivemos em sociedade, a opinião alheia conta, sim.
Tudo bem. Também concordo com isso, mas
só até certo ponto. Há muitas pessoas que são vistas por todo mundo, camufladas
na simpatia de seus sorrisos falsos e sua inocência forjada, que quando colocam
a cabeça sobre o travesseiro, sentem algo pesar. E muito. É a consciência.
Sei que poso até não ser querida por
todos, mas, se quer saber, não tenho problemas com isso. O importante é que
quando me deito para dormir, a única coisa que pode me desprender do sono são os
planos para o dia seguinte.
Para muitas pessoas eu sou aluada. Bem,
talvez eu seja só mais uma dessas adolescentes com sonhos e idéias estranhos.
Como prefiro não teimar com quem acha isso, fico calada, pois nunca quis mudar
o meu modo de ver. Tenho que admitir que seja meio cabeça dura ou com opinião
própria.
De qualquer modo, hoje me cansei de
ouvir os julgamentos de sempre, e uma súbita revolta me consumiu, me levando a
estar, agora, escrevendo.
Aqui está uma garota, segundo os outros,
“aluada”, que tem estilo próprio, defendendo o que acha certo.
* Bruna é membro da Academia Quixadaense de Letras, ocupando a cadeira N° 1, cuja patronesse é Rachel de Queiroz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, indique aos amigos.