sexta-feira, 2 de maio de 2014

Preconceito - Bruna Borges Costa



PRECONCEITO
Bruna Borges Costa
      Sabe uma das coisas que me deixa frustrada? Preconceito. Eu sou totalmente contra todo tipo de preconceito, seja ele racial, étnico ou até mesmo o preconceito em relação ao estilo de que uma pessoa gosta. Este último é o mais comum, porque ninguém combate.
     Eu e minha mãe estivemos conversando há poucos instantes sobre o meu estilo. Eu escuto Rock dos pesados e a minha cor favorita é preto. Minha mãe me disse que geralmente pessoas com esse gosto são rotuladas como quem não tem nada na cabeça.
“Ah! Não! Lá vem esses malditos rótulos de novo”, eu pensei. Rotular uma pessoa  pelo que ela veste ou pelo que ela gosta, não é tão diferente de rotular alguém por classe social, cor ou religião. E continua sendo um preconceito. Veja bem, um preconceito que você tem, julgando alguém pelo que supõe que ele é baseado em coisas que nem sempre tem a ver. A única diferença é que ninguém é preso por esse tipo em julgamento.
    Eu gosto do meu estilo. Não pretendo mudar, mesmo que as pessoas não gostem ou me julguem por eu ser como sou. Gosto de ser eu mesma. Acho que se você se sente bem com uma coisa, para que mudar?
   Uma vez Bob Marley pronunciou uma frase que tenho orgulho de repetir: “Preocupe-se com sua consciência, ela é o que você é, e não com o que as pessoas falam, pois isso é o que elas pensam de você.”
   Minha mãe argumentou dizendo que, como nós, seres humanos vivemos em sociedade, a opinião alheia conta, sim.
   Tudo bem. Também concordo com isso, mas só até certo ponto. Há muitas pessoas que são vistas por todo mundo, camufladas na simpatia de seus sorrisos falsos e sua inocência forjada, que quando colocam a cabeça sobre o travesseiro, sentem algo pesar. E muito. É a consciência.
   Sei que poso até não ser querida por todos, mas, se quer saber, não tenho problemas com isso. O importante é que quando me deito para dormir, a única coisa que pode me desprender do sono são os planos para o dia seguinte.
   Para muitas pessoas eu sou aluada. Bem, talvez eu seja só mais uma dessas adolescentes com sonhos e idéias estranhos. Como prefiro não teimar com quem acha isso, fico calada, pois nunca quis mudar o meu modo de ver. Tenho que admitir que seja meio cabeça dura ou com opinião própria.
   De qualquer modo, hoje me cansei de ouvir os julgamentos de sempre, e uma súbita revolta me consumiu, me levando a estar, agora, escrevendo.
   Aqui está uma garota, segundo os outros, “aluada”, que tem estilo próprio, defendendo o que acha certo.

* Bruna é membro da Academia Quixadaense de Letras, ocupando a cadeira N° 1, cuja patronesse é Rachel de Queiroz.
        
                                                         













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