quinta-feira, 26 de junho de 2014

Um sonho prestes a desmoronar...



Em 27 de outubro de 2012 foi fundada a Academia Quixadaense de Letras, entidade sem fins lucrativos, cuja finalidade é congregar os escritores quixadaenses e  dos municípios de Choró, Banabuiú, Ibaretama e Quixeramobim. Inicialmente contamos com 20 escritores que tomaram posse e posteriormente foram criadas mais cinco cadeiras, tendo apenas quatro sido ocupadas.
Com o advento da academia, a juventude tem despertado, de forma impressionante para o mundo das letras e o que nos faz assegurar isso com tanta certeza é o fato de alguns jovens já estarem com seus livros prontos para publicação, movidos pelo desejo de fazer parte da A.Q.L. O jovem estudante de psicologia, Wellington Júnior, filho natural de Quixeramobim, recentemente teve um de seus trabalhos publicado na coletânea "Olhares da Gente", e está com material sendo revisado para publicar seu primeiro livro. Gabriel Damasceno, aluno da Escola de Ensino Fundamental Maria Cavalcante Costa, em Quixadá, já está com o livro Nita Kairu na editora,sendo o primeiro de uma trilogia, esperando receber nesses próximos dias. Tudo isso está acontecendo porque as pessoas estão se sentindo motivadas, sabendo que na A.Q.L. encontrarão apoio e poderão compartilhar com os outros seus trabalhos.
As escolas  nos procuram com frequência, querendo marcar um dia para levar seus alunos para conhecer a Academia, saber qual o seu papel junto a sociedade, conhecer a história de nossos escritores e nós ficamos sem saber o que responder, porque a real história de tudo isso a população desconhece. Recebemos críticas porque o prédio da academia, antiga estação ferroviária de Quixadá, está sempre fechado. Mas agora  vou explicar para todos o que existe por trás de tudo isso.
O prédio da antiga estação ferroviária de Quixadá nos foi cedido pela Transnordestina, através de um contrato de comodado, feito por um ano e depois renovável por mais 20. Como todos podem ver na foto  acima, foi assim que recebemos o prédio. Por fora ele está até bonito, mas por dentro estava caindo aos pedaços. A Academia não tinha dinheiro para reformar, mas com muito empenho de algumas pessoas, conseguimos tapar os buracos, caiar, trocar alguns caibros que estavam destruídos pelo cupim e retelhar. Tornamos habitável, pelo menos para fazer lá as nossas reuniões. Foi aí que apareceu o IPHAN, órgão cuja finalidade é preservar nosso patrimônio histórico. Aí a coisa parou. Depois de muitas idas a Fortaleza, de reuniões com o dito órgão, ficou acertado que eles ficariam com os dois últimos galpões da estação para lá fazerem seu escritório e que nos ajudariam com a reforma da parte que nos coube.
Essa batalha já dura quase 2 anos, e enquanto isso não temos condição de abrir o prédio e instalarmos nossa biblioteca, de pormos em prática os projetos culturais por nós idealizados, porque o IPHAN não nos autoriza sequer a colocar grades em portas centenárias, destruídas pelo cupim, sob a alegativa de alterar a estética do prédio. Precisamos  resolver essa situação, mas até para conseguir uma ligação para o referido órgão é complicado. Quando não estão em reunião, estão viajando. O que sabemos é que eles tem um vasto patrimônio a preservar, daí as viagens, mas o nosso nem foi preservado e nem somos autorizados a preservar.


Contamos com um acervo muito grande de livros, que estão encaixotados, correndo o risco de  serem destruídos pelo cupim, porque não temos como abrir a biblioteca sem antes catalogar todos eles, separar por assunto, etc. E se depois disso o IPHAN resolve reformar?
O que gostaríamos de deixar bem claro para a sociedade é que o prédio da antiga estação continua fechado, não por opção nossa, que sonhamos dar uma sacudida na juventude, mostrar que só através da cultura poderão se tornar um verdadeiros cidadãos, capazes de reivindicar seus direitos e fazer de nosso Brasil um País de pessoas decentes.
Caso não consigamos resolver agora essa pendência com o IPHAN,  pretendemos devolver o prédio da antiga estação ferroviária, que foi palco de tantas glórias para os quixadaenses, e deixar que tenha o mesmo destino dos outros prédios históricos, que de tão preservados, acabaram tombando pela sanha destruidora do tempo e das pessoas que não amam e não respeitam a história de sua terra natal.
Hoje conseguimos manter contato telefônico com o superintendente do IPHAN, e  propusemos fazer pequena alteração interna para que a academia pudesse funcionar, mas não obtivemos aprovação sob a alegativa que não possuíamos recursos para fazer  tudo como deveria ser. Indaguei sobre a previsão para a tão sonhada reforma, e obtive como resposta que talvez ainda saísse esse ano. Vale ressaltar que desde a fundação da AQL, há quase 2 anos, estamos nessa expectativa.
A A.Q.L.vai convocar uma assembléia geral para decidir sobre a devolução do prédio da antiga estação ferroviária  à`TRANSNORDESTINA, que havia  nos cedido em contrato de comodato.

                                              Angela Borges - (88) 3412-07-23


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