Engenhos de açúcar no Ceará
Nas primeiras décadas da colonização do atual
Ceará, alguns engenhos de açúcar foram instalados no litoral. Assim como nas
capitanias de Pernambuco e Bahia, os engenhos ocupavam grandes extensões de
terra, doadas a colonos portugueses. Essas propriedades eram fazendas enormes,
com áreas de mata, plantações de cana-de-açúcar, pastos para os animais e várias
construções.

O
açúcar foi a base da economia colonial durante o século XIV até a primeira metade
do século XVII, quando a exportação do açúcar brasileiro foi diminuindo
gradativamente em razão da concorrência com o açúcar produzido nas Antilhas. O
sistema utilizado era o de plantation, incentivado por Portugal, no qual
as grandes fazendas produziam um único produto, controladas por um único
proprietário (o senhor de engenho) e utilizavam mão de obra escrava. O engenho era
o centro da produção açucareira.

Depois de plantada e crescida, a cana era
cortada e levada ao engenho em carroças puxadas por bois, chamadas de carros de
boi.
Uma vez chegada no engenho, os escravos moíam a cana para extrair o
caldo, conhecido como garapa. A garapa era levada ao fogo para ser cozida e
purificada, transformando-se em um caldo grosso, o melaço. O melaço era colocado
em formas de barro para esfriar. Por último, o açúcar era branqueado na casa de
purgar.

Os engenhos de açúcar estabeleceram-se nas grandes
propriedades, chamadas latifúndios. Lá, encontravam-se a casa de engenho, a
casa-grande, a capela e a senzala. Com o tempo, toda a fazenda passou a se
chamar engenho, e seus proprietários ficaram como senhores de engenho.
O
funcionamento de um engenho dependia totalmente de mão de obra escrava. Como
disse o padre jesuíta André João Antonil, "os escravos são as mãos e os pés do
senhor de engenho". Quantos escravos havia em cada engenho? Em média eram
oitenta cativos, mas nos engenhos mais ricos esse número chegava a
duzentos.
Os escravos mais antigos cuidavam da produção e os novatos do
plantio, do corte e do transporte. Esses escravos eram comandados pelo feitor,
um homem de confiança do senhor de engenho que organizava e controlava o
trabalho de todos. Os africamos recém-chegados eram chamados de "cativos novos"
ou "boçais", enquanto aqueles que já estavam acostumados com a terra, a língua e
o trabalho diário foram chamados de "ladinos" e eram mais
valorizados.

- Casa de Cultura José de Alencar -
A Casa de Cultura José de Alencar, em Messejana, Fortaleza-CE, é um marco do passado colonial cearense. A casa foi
sede de um antigo engenho de açúcar, o Sítio Alagadiço. No século XIX, a área
pertenceu à família do escritor José de Alencar e foi o primeiro engenho do
Ceará a utilizar energia a vapor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, indique aos amigos.