Jáder Moreira de Carvalho
Nasceu em Quixadá, no distrito de Dom Maurício, em 29 de dezembro de 1901, filho de Francisco Adolfo Carvalho e Rita Moreira.
Iniciou sua atuação em 1947, na cidade de Iguatu quando seu pai arrendou uma tipografia ociosa, pertencente a um farmacêutico chamado Arnoud. Nesta tipografia imprimiu um semanário de letras com escritos próprios além de sonetos de Olavo Bilac. Estudou com o pai, no Ateneu Quixadense, e no Liceu, em Fortaleza, onde, anos mais tarde, foi professor, inspetor regional e catedrático. Aos 20 anos já era considerado uma dos maiores intelectuais da época. Em 1922, com apenas 21 anos, despontava como destaque entre os novos escritores da literatura cearense.
Por divulgar as idéias do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e por criticar duramente o governo de Getúlio Vargas, foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional do Estado Novo acusado de divulgar o marxismo. Permaneceu preso de 1943 a 1945. Fundou o Diário do Povo em 1947 onde atuou até 1961. Pertenceu à Academia Cearense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 14. Casou-se com a contista Margarida Saboia de Carvalho com quem teve sete filhos e morreu aos 83 anos.
Estreou em 1928 com "O Canto Novo da Raça", obra dividida com Sidney Neto, Franklin Nascimento e Mozart Firmeza, pioneiros do movimento modernista no Ceará. Em 1931, participou diretamente do surgimento do Modernismo cearense com o lançamento de "Terra de Ninguém", a este, seguem-se vários outros romances, todos de cunho social: "Classe Média" e "Doutor Geraldo" (1937), "A Criança Vive'(1945), "Eu Quero o Sol" (1946), "Sua Majestade, o Juiz" (1962) e "Aldeota" (1963).
Entre os temas sociológicos: "O Problema Demográfico Brasileiro" e "O Índio Brasileiro" (1930) e "Povo Sem Terra" (1935).
Um dos livros de poesias mais famosos é "Terra Bárbara" (1965). Onde escreveu diversos poemas, entre os quais "Em Louvor de Quixeramobim", "Terra Bárbara", "Nordeste de Lampião", "Lampião", "Terra", "Padre Cícero", "São Francisco de Canindé", "Luz e Força", "A Guerra Acreana", "A Seca dos Inhamuns" e "Dobrai, Ó Sinais do Natal".
GALO
Galo do meu sertão,
relógio sonoro das madrugadas,
ontem, não cantaste no meu terreiro.
Por quê?
Doente? Esquecido? Ou acasalado?
Eu nunca te disse que o teu canto
é a hora exata do nosso aconchego:
o meu e o dela?
Tua voz se mistura aos nossos
cochilos cautelosos.
E é certo que ela e eu despertamos
ao mesmo instante.
De olhos ainda com sono,
Ana me vê pelo olfato
e, às vezes, o caminho nasce
da minha pergunta:
- Não sabes mais o rumo da nossa rede?
Ontem, ó galo, não cantaste.
Os teus ponteiros de ouro, ó meu relógio
não se moveram à véspera do amanhecer.
Mas nós te perdoamos.
Também deves ter, como nós,
hora marcada para o coração.
Jáder de Carvalho
Por divulgar as idéias do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e por criticar duramente o governo de Getúlio Vargas, foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional do Estado Novo acusado de divulgar o marxismo. Permaneceu preso de 1943 a 1945. Fundou o Diário do Povo em 1947 onde atuou até 1961. Pertenceu à Academia Cearense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 14. Casou-se com a contista Margarida Saboia de Carvalho com quem teve sete filhos e morreu aos 83 anos.
Estreou em 1928 com "O Canto Novo da Raça", obra dividida com Sidney Neto, Franklin Nascimento e Mozart Firmeza, pioneiros do movimento modernista no Ceará. Em 1931, participou diretamente do surgimento do Modernismo cearense com o lançamento de "Terra de Ninguém", a este, seguem-se vários outros romances, todos de cunho social: "Classe Média" e "Doutor Geraldo" (1937), "A Criança Vive'(1945), "Eu Quero o Sol" (1946), "Sua Majestade, o Juiz" (1962) e "Aldeota" (1963).
Entre os temas sociológicos: "O Problema Demográfico Brasileiro" e "O Índio Brasileiro" (1930) e "Povo Sem Terra" (1935).
Um dos livros de poesias mais famosos é "Terra Bárbara" (1965). Onde escreveu diversos poemas, entre os quais "Em Louvor de Quixeramobim", "Terra Bárbara", "Nordeste de Lampião", "Lampião", "Terra", "Padre Cícero", "São Francisco de Canindé", "Luz e Força", "A Guerra Acreana", "A Seca dos Inhamuns" e "Dobrai, Ó Sinais do Natal".
GALO
Galo do meu sertão,
relógio sonoro das madrugadas,
ontem, não cantaste no meu terreiro.
Por quê?
Doente? Esquecido? Ou acasalado?
Eu nunca te disse que o teu canto
é a hora exata do nosso aconchego:
o meu e o dela?
Tua voz se mistura aos nossos
cochilos cautelosos.
E é certo que ela e eu despertamos
ao mesmo instante.
De olhos ainda com sono,
Ana me vê pelo olfato
e, às vezes, o caminho nasce
da minha pergunta:
- Não sabes mais o rumo da nossa rede?
Ontem, ó galo, não cantaste.
Os teus ponteiros de ouro, ó meu relógio
não se moveram à véspera do amanhecer.
Mas nós te perdoamos.
Também deves ter, como nós,
hora marcada para o coração.
Jáder de Carvalho
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