Rua Abraão Baquit - História

RUA ABRAÃO BAQUIT – Situada no bairro Carrascal, antiga rua I, com início na rua conhecida por Contorno, seguindo em direção leste-oeste até o limite do bairro com o loteamento de Sebastião Crispino Pinheiro. Denominada através da Lei Nº 1.398, de 13.06.1991, registrada no livro Nº 10 da Câmara Municipal, proposição do vereador Geraldo Ricardo da Silveira Filho, sancionada pelo Prefeito Francisco Martins de Mesquita.

ABRAÃO BAQUIT – Nasceu na cidade de Habab – Síria, no dia 10 de janeiro de 1893, filho de Kall Baquit e Zana Baquit. Chegou ao Brasil, Rio de Janeiro, em 1924. Da então capital do País foi para o Piauí, de lá veio para Quixadá, aonde chegou em 1925.

Chegando a Quixadá com pequeno capital, estabeleceu-se, em 1926, com uma modesta loja de tecidos. Dada a persistências do casal, sentido de economia e a amabilidade no trato com os fregueses, em poucos anos, o seu estabelecimento comercial já era incluído entre os principais do ramo na cidade.

Em 1946, incentivado pelo filho Alberto, Abraão Baquit encerrou suas atividades comerciais e adquiriu uma fábrica de beneficiamento de algodão ao Sr. Gradvol, a qual, ainda hoje, pertence à família, na pessoa do filho Aziz Baquit.

Os degraus que o levaram à privilegiada posição de industrial bem sucedido, não o conduziram ao orgulho nem o distanciaram dos pobres, a quem sempre dedicou fraternal amizade. À tardinha, vinha até o portão de entrada da indústria e, sentado em um tosco banco de madeira, ficava, por muito tempo, conversando com o vigia, num posicionamento humilde, que o confundia com um operário da firma.

Antes de vir para o Brasil, morou 10 anos nos Estados Unidos, Voltou à terra Natal e casou-se, em Damasco, com Rosa Baquit, com  quem teve sete filhos: Alberto, José, Aziz, Maria, Albertina, Gizelda e Adalberto, tendo este último falecido ainda criança, em 14 de janeiro de 1940. O casamento civil formalizou em Quixadá, em 13.04.1988, numa cerimônia presidida pelo Juiz de Direito, Dr. Garrido da Nóbrega, registrada no livro B8, folha 38, do Cartório do Registro Civil.

Naturalizou-se brasileiro, embora não admitisse este termo, pois alegava ter se naturalizado quixadaense, a fim de ter o orgulho de ser brasileiro.

Em 15.06.1969, vítima de edema agudo pulmonar, faleceu em Quixadá, onde foi sepultado. Era tal o amor que Abraão Baquit sentia por nossa terra, que, quando já hospitalizado, com receio de que o levassem para Fortaleza, pediu que se chegasse falecer, queria ser sepultado em Quixadá. Católico praticante, cristão na verdadeira acepção da palavra, a sua partida deixou saudade, porque Abraão não foi um sírio que veio para Quixadá, e sim um quixadaense que nasceu no Oriente.
Fonte: Ruas que contam a história de Quixadá - João Eudes Costa